O
Morro do Cambirela é o Pico extremo a Leste do Maciço Cristalino da
Serra do Tabuleiro, que se estende ao longo do Litoral Atlântico no
Município de Palhoça, na região próxima à cidade de
Florianópolis, em direção ao Sul do estado de Santa Catarina na
Região Sul do Brasil. O Cambirela tem 1.040 metros de altitude que
se eleva por uma vertical partindo desde o nível do Mar a Sudoeste
da Baia Sul entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente. Não é o
ponto culminante da Serra do Tabuleiro que tem picos com mais de
1.400 metros, porém domina a paisagem da Serra avistada da Ilha de
Santa Catarina por ser o pico mais a Leste, com uma silhueta esguia e
de forte inclinação que parte das margem da Baía. Por ser visível
de toda a orla da Baía Sul e de diversos lugares da planície
costeira do litoral, sua silhueta ingrime e de cume agudo, torna-se
um dos principais destinos para quem pratica montanhismo na região.
O
Cambirela é uma maça granítico, que compõe o
maciço do Tabuleiro, uma formação cristalina que se estende para o
interior na direção do Planalto. O intemperismo sobre o maciço
cristalino do Cambirela formou uma fina camada de solo, que da sua
base diminui em profundidade em direção ao cume. Da base próximo
do nível do Mar a vegetação nativa é um a Floresta Ombrófila
Densa, a Mata Atlântica, que domina a paisagem até a porção média
das vertentes da montanha. Com o aumento das declividade das
vertentes do Cambirela a partir dos 500 metros de altitude, o solo
diminui de espessura em função da declividade que acentua a erosão
e a vegetação arbórea vai dando lugar à vegetação arbustiva.
Próximo ao cume, com a diminuição do perfil do solo, da diminuição
das médias de temperatura e o rigor da exposição contínua aos
ventos de Sul e Nordeste, possibilita apenas a fixação de uma
vegetação herbácea. Também podem ser encontradas algumas espécies
arbustivas, como a Vassoura Branca e a Orelha de Porco, que devido ao
rigor das condições próximas do cume crescem menos, parecendo como
pequenos arbustos.
A trilha principal
que leva ao cume do Cambirela é a que parte da Guarda do Cubatão.
Uma trilha antiga e que foi utilizada em 1949 para resgatar os corpos
das vítimas do acidente aéreo de um C47 da Força Aérea que fazia
linha de correio aéreo. Esta trilha percorre a base em direção a
linha de cumeeira Norte do Cambirela que divide a vertente Frontal
voltada para a Baía Sul, da vertente de Santo Amaro. Na parte média
da trilha há duas passagens de corda de aproximadamente 5 metros
cada uma. Essa trilha tem um braço secundário, situada mais a Oeste
na base, que acessa a trilha principal à aproximadamente 600 metros
de altitude. Outra trilha é a da Vertente Frontal, que possui
diversas variantes de entrada na base, partindo das margens da
rodovia BR 101, até confluírem para uma trilha principal que segue
ao longo de um curso d'água na vertente da Baía. Há uma terceira
trilha que parte da Santo Amaro e percorre a Vertente do Cambirela
voltada para Noroeste. A quarta rota de acesso ao cume é pelo Rio
Cambirela, um caminho de blocos, seixos e lages de granito desnudado
pela ação do curso d'água que nasce entre os dois cumes principais
da montanha. Esse rio de granito que é largo na base vai se
estreitando até desaparecer próximo ao cume é o que dá nome ao
Cambirela. Na língua Guarani, dos índios do litoral, Cambirela é
um termo que significa leite pelo seio. Olhando o Cambirela de
lugares situados ao Sul, próximos à Praia do Pontal, o Rio
Cambirela parece como leite derramando por um seio, cuja maça é a
vertente e o bico, o cume.
O Cambirela atrai os
montanhistas, instiga com suas vertentes íngremes e revela como
recompensa para os que conquistam seu cume, a vasta paisagem dos
Maciços do Tabuleiro a Oeste, das planícies ao Norte até o
Tijucas, na Baía de Zimbros, a vista das baías Norte e Sul e de
toda a Ilha de Santa Catarina, da Ponta dos Naufragados ao Maciço da
Brava e o Oceano Atlântico à Leste.
Por André Luiz
Santos
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